O tempo gira em ciclos, em círculos, em espirais. È contínuo e interrupto. "O tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel" como já dizia Platão, mas observar o tempo é uma experiência interessante e ao mesmo tempo difícil, pois de tanto ouvir dizerem que tempo é dinheiro..., que não devemos perder tempo... e ect e tal, pouquíssimos são aqueles que param para observar e/ou devagar sobre o tempo.
Observei em um encontro de família as marcas do tempo se mostrando em muitos aspectos, as marcas que o corpo carrega os laços criados entre pessoas, o desejo que pará-lo, os sonhos e vivencias compartilhada, a vontade de reviver tempos remotos. Vi idosos sendo crianças e crianças sendo pequenos adultos. Percebi que independente da idade, ou em que tempo estamos, podemos experenciar possibilidades já vividas ou que desejamos viver, mas o que não devemos ignorar é que quando já passamos por aquele tempo, levamos uma bagagem que devemos usar a nosso favor, e normalmente não fazemos isso, que é a sabedoria nos dada pela experiência vivida. Podemos nos lambuzar ao tomar sorvete aos 30 anos, subir em arvore aos 60 anos, fazer um cruzeiro aos 6 anos, o que importa é saborear o tempo presente, sem deixar de sonhar com o futuro e nem se lamentar com o passado.
Então eu saboreei meu momento, vendo minhas crianças de 60 anos se divertindo por verem amigos e familiares se reunirem em volta de uma mesa farta e relembrando de um passado não muito distante, vendo em seus sorrisos marotos estampados no rosto a alegria de ver suas crianças já crescidas, compartilhando com eles aquele momento que para ele podem ser os últimos, mas que serão eternos para todos nós.
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